Curiosidades sobre Samuel Fonseca

Sobre a arte de escrever

Aqui, escreverei em primeira pessoa; e considerando o teor desta arte, penso que seja pertinente agir dessa forma. Vamos lá?

O começo de tudo

Que eu me lembre, comecei a escrever muito cedo, desde os 12 ou 13 anos de idade. O começo foi bem difícil, mas, instigante. Eu não gostava de ler, por inúmeras razões (qualquer criança ou adolescente sabe disso), e escrever seria uma contradição, porém, decidi me desafiar. Foram poemas, coisas simples, mas profundas!

Com o tempo foi gostando disso, as poesias me encantavam; passei a iniciar como leitor. Lembro-me como se fosse hoje, de uma ocasião em que morávamos em um assentamento de Reforma Agrária, lá em Minas Gerais, e líamos, pela manhã, histórias das quais, parcialmente, me recordo (por não tê-las encontrado depois de adulto). Uma delas começava assim:


"Uma vaca entrou no bar, e pediu um guaraná;

O garçom, um gafanhoto, tinha cara de biscoito ..."

Junto com meus irmãos, nos divertíamos mutuamente lendo essas estórias (ou histórias) pelas manhãs. E, mais tarde, os universos da leitura e da escrita foram se descortinando perante os meus olhos; passei a ler outras coisas, aqui e ali. Lembro-me, que o primeiro livro que li inteiramente foi: O dia em que os peixes pescaram os homens. Depois deste, outros (na realização de trabalhos escolares) e, mais tarde, pelo prazer da leitura.

Mas, e a escrita? Vamos retornar a ela? Sim, vamos!

Como havia escrito mais acima, comecei com poesias, e, depois, arrisquei em algumas crônicas, mas, foram coisas da juventude, e, sabe como é: a gente perde os papéis (na época não conhecia computador, só comecei a utilizar essas tecnologias para a escrita como arte, depois dos vinte). Há muitos poemas por aí, espalhados pelos ventos da juventude, sobre os quais, não me lembro de quando os escrevi; sumiram!

Por volta dos dezesseis ou dezessete, foi que encontrei a possibilidade de caminhar pela sinuosa estrada da escrita. Se soubesse o quanto a caminhada é árdua, não teria entrado nessa! Contudo, agora é tarde, já me apaixonei pela arte da escrita, e não vejo como retornar e seguir noutra direção.

Escrevi algumas histórias, bem curtinhas. Era tudo feito em caderno do tipo "brochurão" (Alguém aqui conhece isso???); pois, era minha realidade! Não havia como contar as palavras, como o faço hoje em um documento de word, exceto se eu ficasse o resto do mês realizando essa tarefa. Mas, assim que comecei, rabiscando aqui e ali, escrevendo as coisas que passavam em minha cabeça!

Elaborei, na fase dos dezessete, uns quatro a cinco livros (se não me falha a memória), e os carregava nos cadernos que possuía, para qualquer lugar que me mudasse. Mas, não preciso comentar que a gramática era rudimentar, pois não gostava de leitura, e, os textos precisariam ser bem trabalhados para se tornarem fluídos para os leitores. Todavia, me alegra muito saber que os fiz naquela época, a experiência acumulada serviu de alicerce para que pudesse me virar hoje em dia. Afinal de contas, todo trabalho é válido!