Gileade sem bálsamo

Gileade sem bálsamo


Por acaso não há bálsamo em Gileade?

(Jeremias 8: 22a)


Já tem algum tempo que uma inquietação me consome; trata-se da nossa forma medíocre de receber as influências do mundo em vez de influenciá-lo. Recebemos, com muita alegria, as oferendas do mundo; bebemos o cálice do humanismo secular. Parece que estamos cegos em termos espirituais!

E, nessas circunstâncias, o clamor de Jeremias ressoa tão atual, que parece ter sido pronunciado hoje pela manhã. Posso imaginar o alvoroço, que foi para os sacerdotes da época, ter que conviver que este profeta. Suas palavras eram “pesadas” demais para eles; poderiam desfrutar da companhia de algum oráculo humorista; isso seria mais agradável! Contudo, Deus não faz a vontade dos homens, Ele é soberano e, por isso, envia os seus profetas segundo sua própria agenda! E, aquele que foi chamado desde a infância, também conhecido por derramar muitas lágrimas, nos apresenta mais uma lamentação no versículo acima.

O texto segue um cântico de lamentação; um daqueles momentos em que Jeremias chorava, por causa da perdição de Jerusalém! No verso anterior, diz o profeta: estou de luto (Jeremias 8: 21).

A pergunta pelo bálsamo e depois pela presença de médicos em Gileade podem ser respondidas de forma positiva. Contudo, a indagação sobre a permanência da enfermidade, continua sem resposta! Então por que não houve cura para a filha do meu povo? (Jeremias 8: 22b). Não é essa uma pergunta para os dias atuais? Por que a igreja influencia tão pouco as pessoas ao seu redor? Por que não há evidência de mudança, naqueles que frequentam nossos “apriscos”? Acaso não há manifestação do Santo Espírito na igreja? Por acaso o Bom Pastor não frequenta nossos ajuntamentos?

Assim como Jeremias (um tipo de profeta que rejeitamos no presente século), alguns podem sentir a dor de Deus. Sim, como registrado em Lamentações: atendei e vede, se há dor como a minha dor… (Lamentações 1: 12). Os santos, que ainda têm discernimento; que separam o precioso do vil (Jeremias 15: 19); sentem as profundas dores por ver uma geração inteira no caminho da perdição. Como Neemias quando viu Jerusalém arruinada, teve grande espanto, tais servos agonizam em oração, pedindo socorro ao Soberano. Suas almas ficam afligidas ao saber que, mesmo nos arredores de “Jerusalém”, há ovelhas completamente desgarradas!

Tem muita ovelha ferida por aí, mas, a Gileade espiritual de nossos dias não tem bálsamo! E, pior do que isso, é saber que tais ovelhas não conhecem a voz do Bom Pastor, mas, gostam de ouvir os “contadores de piadas” (chamados de profetas, em nossos dias), que lhes oferecem veneno, com rótulo de bálsamo. Deste modo, em vez de serem curadas, ficam ainda mais doentes!

Por fim, estamos de luto, até que Deus nos transforme no bom perfume de Cristo. E, exalando o cheiro deste maravilhoso bálsamo, voltemos a exercer influência sobre o mundo que nos cerca!

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